segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Aluno aprovado em Direito na UFPB viajava 40 km por dia para ir à escola


Taiguara RangelDo G1 PB
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Estudando e trabalhando com o pai, Wederson Santos passou em Direito na UFPB (Foto: Taiguara Rangel/G1)Estudando e trabalhando com o pai, Wederson
Santos passou em Direito na UFPB
(Foto: Taiguara Rangel/G1)
Wederson Santos, de 17 anos, comemora a aprovação no curso de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Para ele, esta conquista tem um sabor diferente, pois coroa um período de grande esforço. O estudante tinha que viajar cerca de 40km todos os dias para poder estudar em uma escola melhor e ainda dividia o dia de estudos com um turno de trabalho no bar da família.
O início da trajetória de sucesso de Wanderson teve o pontapé inicial em 2006, quando Wederson foi medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), obtendo no ano seguinte a medalha de ouro e o 15º lugar no país, quando concorreu contra mais de 17 milhões de candidatos inscritos.
Depois ele virou um “colecionador”, e hoje reúne 16 medalhas em Olimpíadas do Conhecimento. Foi aí que o estudante, que mora em Massaranduba, no Agreste paraibano, ganhou uma bolsa de estudos e pôde deixar a Escola Municipal Susete Dias Correia, para estudar em uma escola particular, em Campina Grande, que fica a 40 km da casa dele.
O estudante conta que, no começo, as viagens diárias para as aulas em Campina Grande eram em transportes alternativos, depois em ônibus dos estudantes fornecido pela Prefeitura de Massaranduba. Wederson acabou adaptando-se à rotina de viagens e aulas, quase que "morando na escola", com pouco tempo para estudos e quase nenhum para a própria diversão.
“Achei que iria ter dificuldade para me relacionar, mas os colegas e a escola foram muito acolhedores. A dificuldade era o translado, acordar às 5h para ir até Campina Grande assistir às aulas que algumas vezes iam até 22h. A concentração na aula era importante, porque algumas vezes não dava para estudar em casa. Eu gosto de me divertir jogando no computador e jogando futebol, mas quase não dava mais tempo”, disse o estudante.
Wederson pretende concorrer a uma vaga no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) (Foto: Taiguara Rangel/G1)O estudante já está se organizando para concorrer a
uma vaga no Instituto Tecnológico da Aeronáutica
(Foto: Taiguara Rangel/G1)
As dificuldades foram enfrentadas com o apoio dos pais, que no 3º ano do ensino médio o liberaram da ajuda 'extracurricular' no turno oposto às aulas. “A gente desejava que desse tudo certo e aceitou a mudança de escola. Ele fez muita falta quando foi embora para Campina Grande", disse o pai Francisco de Assis.
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