Autor: Josemir Moura Maia
Estudos publicados na Central BioMed e de acesso público na Revista BioMed Central de Biologia Vegetal (Jornal BMC Plant Biology) revelam uma árvore de eucalipto geneticamente “misturada” (mosaico gênico) que é capaz de controlar quais folhas são salvas da predação devido a alterações em seus genes. Entre duas folhas da mesma árvore é possível haver muitas diferenças genéticas – este estudo encontrou dez SNP (Single-nucleotide polymorphism) nesta árvore, incluindo alguns genes que regulam a produção de terpenos, os quais definem se uma folha é comestível, ou não.
Estudos publicados na Central BioMed e de acesso público na Revista BioMed Central de Biologia Vegetal (Jornal BMC Plant Biology) revelam uma árvore de eucalipto geneticamente “misturada” (mosaico gênico) que é capaz de controlar quais folhas são salvas da predação devido a alterações em seus genes. Entre duas folhas da mesma árvore é possível haver muitas diferenças genéticas – este estudo encontrou dez SNP (Single-nucleotide polymorphism) nesta árvore, incluindo alguns genes que regulam a produção de terpenos, os quais definem se uma folha é comestível, ou não.
Os organismos colecionam mutações genéticas somáticas durante toda a sua vida e por toda a sua evolução. Estas mutações não tem nenhum efeito sobre o comportamento geral da planta, ou não ocorrem em genes importantes. Células cancerosas frequentemente sofrem mutações genéticas que permitem a célula se dividir mais do que uma célula que não sofreu mutação, e em plantas, estas mutações somáticas permitem, por exemplo, uma única árvore produzir tanto nectarinas quanto pêssegos.
Pesquisadores da Universidade Nacional Australiana (Australian National University) descobriram que em uma árvore de eucalipto longa-vida (Eucalyptus melliodora), mutações somáticas foram também responsáveis pela sua interessante habilidade de produzir alguns ramos com folhas que são prontamente predadas, enquanto outras são persistentemente resistentes.
No nível genético, existem dez genes que contém diferenças entre estas folhas. Amanda Padovan, que liderou este projeto de pesquisa explica: “A principal defesa contra a predação do eucalipto é um coquetel de óleos terpênicos, incluindo monoterpenos, sesquiterpenos e FPCs (Compostos de floroglucinol formilados – formylated phloroglucinol compounds), os quais dão a árvore seu odor característico. Folhas que são resistentes a predação têm cinco monoterpenos a menos e nove sesquiterpenos a menos do que folhas comestíveis. Contudo, a concentração de FPCs e dos monoterpenos restantes foram maiores – assim, é possível que estas mutações diminuam o controle rígido sobre a produção de terpenos”.
Embora esta perda de controle, provavelmente, tenha um custo evolucionário elevado, ela permite a árvore sobreviver à guerra contra os insetos. A árvore investigada possuía um ramo que estava intocado por insetos enquanto o resto da árvore estava completamente desfolhada.
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